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A Starlink, o serviço de internet via satélite da SpaceX, tem revolucionado a forma como fornecemos conectividade, especialmente em áreas remotas e de difícil acesso. Com sua rede de satélites de órbita baixa (LEO – Low Earth Orbit), a Starlink oferece uma cobertura global, prometendo latência baixa e velocidades competitivas com as soluções terrestres. Neste artigo, vamos explorar em detalhes como a Starlink funciona, com ênfase nos gateways — essenciais para conectar os usuários à internet global — e nos terminais que os clientes usam para acessar o serviço.

A Constelação de Satélites em Órbita Baixa

O ponto central da Starlink é sua constelação de milhares de pequenos satélites que orbitam a Terra a aproximadamente 550 km de altitude. Essa distância é muito menor do que a dos satélites tradicionais de comunicação, que orbitam a cerca de 35.000 km, permitindo uma latência muito menor.

A Starlink foi projetada para fornecer conectividade onde as redes tradicionais — como fibra ótica, DSL ou cabo — não chegam. O foco está em áreas rurais ou regiões onde as opções de internet são limitadas ou de baixa qualidade. Para atingir esse objetivo, ela usa uma combinação de satélites, links a laser e gateways terrestres.

Como os Terminais de Usuário Funcionam

Cada usuário do Starlink recebe um terminal, que é uma antena parabólica pequena e autoajustável, comumente chamada de “dish”. Essa antena se conecta diretamente aos satélites que passam sobre a área do usuário. A configuração é simples, e o terminal se ajusta automaticamente para se comunicar com o satélite mais próximo.

  • Recepção e Transmissão de Sinais: O terminal de usuário recebe sinais de internet dos satélites em órbita e envia de volta os dados para o satélite. Esse processo ocorre em tempo real e é fundamental para que os dados do usuário viajem entre o espaço e os gateways terrestres, onde entram na internet global.

O Papel Fundamental dos Gateways

Agora, vamos entrar no ponto mais crucial deste sistema: os gateways. Esses gateways são estações terrestres que fazem a interligação entre os satélites e a internet convencional, atuando como pontos de entrada e saída de tráfego.

  • Interconexão com a Internet Global: Quando um usuário acessa um site ou faz uma videochamada via Starlink, os dados são enviados do terminal de usuário para o satélite em órbita. Em seguida, o satélite encaminha esses dados para um gateway no solo. Esse gateway está conectado à infraestrutura da internet, como fibras óticas de alta capacidade, permitindo que o tráfego entre e saia da rede global.
  • Distribuição dos Gateways: Esses gateways são distribuídos estrategicamente em diferentes países para otimizar o tráfego e reduzir a latência. Um país que possui um gateway Starlink experimenta menor latência, pois o tráfego não precisa viajar longas distâncias até outro país para se conectar à internet.

E se não houver um Gateway no Brasil?

Imagine um cenário onde, por algum motivo, o Brasil deixasse de ter gateways Starlink operando no território. Neste caso, a rede ainda seria funcional, mas com algumas implicações. A Starlink utilizaria os satélites e seus links a laser para roteamento de dados até gateways em países vizinhos, como Argentina ou Chile, ou até mesmo em regiões mais distantes, como os Estados Unidos ou a Europa.

Roteamento para Países Vizinhos

No caso de os dados serem roteados para um país vizinho, o impacto na latência seria relativamente pequeno. Por exemplo, se o tráfego fosse encaminhado para um gateway na Argentina, a latência adicional poderia variar de 10 a 20 milissegundos (ms), mantendo o serviço com um desempenho aceitável, mesmo para aplicações como videoconferências e jogos online.

Roteamento para Países Mais Distantes

Se, no entanto, o tráfego fosse roteado para gateways muito mais distantes, como nos EUA ou na Europa, a latência aumentaria significativamente. Para os EUA, o tráfego poderia adicionar de 80 a 100 ms de latência, e para a Europa, até 150 ms. Isso elevaria a latência total para cerca de 120-200 ms, o que ainda é utilizável para navegação e streaming de vídeo, mas poderia comprometer atividades que demandam respostas rápidas, como jogos competitivos ou videoconferências.

A Importância dos Links a Laser entre Satélites

Um diferencial inovador da Starlink é o uso de links a laser entre seus satélites. Esses links permitem que os satélites se comuniquem diretamente entre si, sem precisar enviar os dados de volta à Terra a cada salto. Isso ajuda a reduzir a dependência de gateways terrestres e a minimizar a latência em cenários de roteamento de longa distância.

A Starlink representa uma mudança revolucionária na conectividade global, especialmente para áreas remotas. O papel dos gateways terrestres é essencial para conectar os dados dos usuários à internet global, e, embora a rede possa operar sem um gateway local, o desempenho ideal depende da proximidade de gateways bem localizados.

Na Netcraw, nossa missão é oferecer soluções de telecom de ponta e apoiar nossos clientes na compreensão das novas tecnologias que estão transformando o setor. A Starlink é apenas uma das muitas inovações que estamos acompanhando de perto para garantir que sua empresa tenha sempre as melhores opções de conectividade.

Se você tem dúvidas sobre como a Starlink pode impactar seu negócio ou precisa de consultoria especializada em telecomunicações, fale com a Netcraw!

Publicado por Danilo Jorge

Autor Danilo Jorge

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